Naquele cinzento final de tarde eu estava numa ruazinha minúscula, de uma quadra de comprimento e largura diminuta, à qual o Waze me conduziu. Caminho inédito para mim.
Trânsito totalmente parado. Sexta-feira. A cada frase do rádio, a chuva ficava mais próxima. Passou pela Zona Oeste, eles diziam. Chegou ao Itaim. Vila Olímpia. Engrossou, virou granizo. E assim ela viria me encontrar, no Brooklyn paulistano, e não no nova-iorquino, enquanto eu tentava chegar ao Morumbi, a dois quilômetros ou, acredite, quarenta minutos dali.
Mudava para CBN, papo chato de futebol.
Voltava para a Band, chuva, granizo, trânsito, granizo e chuva.
Sem poder ir para frente ou para trás, eu precisava de algum acontecimento bombástico para me entreter. A lista de Janot? Algum divórcio em Hollywood? Qualquer coisa que dominasse meus pensamentos naquele marasmo.
Revirei a bolsa. Algo para mastigar, quem sabe?
Achei uma barrinha, guloseima bem mais comportada do que eu merecia naquele instante. Paciência.
Percebi um movimento à minha esquerda. O morador do pequeno sobrado abria sua porta.
Sem camisa, vinha em direção ao estreito portão de grades. O andar em câmera lenta esbanjava seu estilo. Cabeça raspada, tatuagem no braço esquerdo e musculatura toda indefinida sob generosas camadas de tecido adiposo, com excelente concentração abdominal. Bermudão. Coturno. Saiu para ver o paralisado movimento da rua e trazer seu pet para tomar um arzinho poluído.
Via-se que o cara não era das coisas comuns. Não teria um Bulldog Francês, um Golden ou vira-latas. Não.
Meu marasmo acabou quando vi que ele estava acompanhado de um porco. Um porco. Preto. Gordo. Enorme. E que andava lentamente, assim como o dono. Fiquei imaginando a vida dos dois, dentro daquela casa. Talvez não fossem apenas os dois. Poderiam existir javalis, capivaras, porcos cor-de-rosa. Não, cor-de-rosa não. Ali era tudo meio sombrio.
Dei risada. Apareceu a novidade inesperada que eu desejava.
São Paulo, como eu gosto de você.
Boa tarde, sou Elaine de Carvalho Souza e aprecio crônicas tanto que em maio do ano anterior lancei meu primeiro exemplar com crônicas líricas e poéticas baseadas em temas interioranos mineiros do agreste o também do sertão. São mais quatro exemplares que tenho a lançar porém ficam caros e aguardo oportunidade, ainda este ano pretendo lançar o primeiro infanto juvenil e depois o de contos românticos.Vocês teriam interesse em publicarem minhas crônicas deste primeiro livro? Seria muito interessante que elas alcançassem outros estados. Sou do município de Barra do Piraí, região do sul do estado, Rio de Janeiro, no vale do café. Caso não interesse poderiam me sugerir alguém. Obrigada pela oportunidade.
Olá Elaine, você poderá encaminhar as suas crônicas para a nossa seção NOSSA GENTE. Lá é o espaço onde publicamos as crônicas de nossos leitores. Entre em nosso site e siga a orientação para nos enviar o texto. Ele sendo aprovado, será publicado. Grande beijos e vamos contar Histórias!