Sempre gostei de fotografar. É mágico captar um instante e torná-lo eterno. Por ironia do destino, pra mim, nunca foi muito fácil, e quando pequena eu era impedida, pois tinham medo que eu detonasse a máquina da família e, depois outras tantas câmeras minhas que resolviam, naquele momento único e mágico, não funcionar. Cheguei até a ouvir que poderia ser um fantasma que me acompanhava e forçava, ao me impedir de registrar novos momentos, a minha vida continuasse no passado. De qualquer forma resisti e continuo fazendo meus clics por aí.
Pessoalmente, não gosto muito de ser fotografada, acho que porque sou uma pessoa de bastidores. É meu lado tímido que aparece de vez em quando ou talvez só um desejo de preservação. Tenho uma grande gaveta de fotos e costumo abri-la muito raramente. Penso que revirar uma gaveta de fotos, é ter a coragem de repensar uma vida inteira. Ao fotografar, minha vontade é que as pessoas enxerguem o mundo com os meus próprios olhos.
Quando viajo para um lugar que não conheço, observo as ruas, cantinhos, objetos, paisagens, e reservo o último dia para retornar aos lugares que me encantaram e fotografar. É um ritual, que gosto de fazer sozinha, em ruas vazias e silenciosas.
Desde que comecei minhas entrevistas aqui no 5511SP, estou exercitando um novo olhar, já que o foco são as pessoas e um estilo de fotografia que não é a minha praia, mas que ultimamente tem me tirado da zona de conforto e me faz olhar os Outros de uma nova forma.
Esta é uma das muitas Histórias contadas por aqui. Todo mundo tem uma História. Qual é a sua?
Ana Barbieri, co-fundadora do 5511SP. Pode ser encontrada diariamente pelas ruas do Sumaré.
por Ana Barbieri
Eu adoro quando contamos nossas Histórias com o coração. Não, não estamos nos expondo, estamos dividindo, aprendendo e ensinando. Bj grande em você… Zé