Em meados de 2011 circulou um texto da Lena Gino (Blog Mundo Paralelo) sendo atribuído ao Carlos Drummond de Andrade. Coisas da internet. O texto, com o título “Casa Arrumada”, voltou a circular, pois recebi da minha irmã Helena novamente nesta semana. Autoria reconhecida, o texto realmente é muito bom porque levanta a questão de que em uma casa tem que se ter vida. Sofá com mancha, tapete com fio puxado, mesa com marcas de copos, banheiro com vapor perfumado no meio da tarde…
Penso assim mesmo. A nossa casa tem que ser viva e ter marcas da nossa vida, das pessoas que conhecemos, dos lugares que vistamos e tudo que gostamos. Na verdade, uma casa tem de ser recheada de Histórias! Pelo menos para mim, tem de ser assim.
Se cada um é de um jeito, cada casa tem de ser do seu jeito. Ou de alguns jeitos, dependendo de quem mora na casa.
Na minha casa, onde moramos eu, a Juliana, nosso filho Samuel e a Snowball, é desse jeitinho. Tem tapete com furo, mesa com pé mordido pela Snow quando ela era pequenina, marca de copos na mesa, sofá com pêlo, taco soltando, marca de mãos do Sammy na parede, sapatos da Ju no hall da entrada, pois ela se recusa a trazer bactérias para dentro de casa, abajur com curto, pastilha solta no box e muito pó! Isso para a lista não ficar enoooorme.
Mas também tem muitos livros, fotos de todos em muitos lugares, foto do cunhado, das sobrinhas, dos avós do Sammy, rolhas dos vinhos que bebemos, uma coisinha de cada lugar que fomos. Tem também um monte de presentes que ganhamos dos amigos, tem a bola assinada pelo Pelé, os guias de viagem, as conchas das praias, os faróis das ilhas, o leão de Veneza, o Buda da Tailândia, o azulejo de Capri. Ufa. Minhas luvas de boxe, o diploma do meu pai, as cartas trocadas pelos meus bisavós antes dos netos deles se casarem, coleções de caixinhas e nossas Toy Art por todo o canto. Ah, tem games em vários cantos, DVDs de séries e os filmes que gostamos.
Nas paredes, mais Histórias pintadas: os quadros. Destes eu não me desgrudo e amo. Uma destas telas foi pintada pelo artista Newton Mesquita. Ele deu o título “Que ódio” e me apaixonei por ela no minuto que o vi no estúdio. Tem uma História inteira nele. É este da imagem. Tem o beijo “True Love” do Rubens Gerchman, que eu ganhei da Ju, quando ela se apaixonou por mim. Tem o noturno do Gregório, os quadrinhos comprados do Soho de New York, o Rex, as Rosas e, mais uns outros lindos.
Às vezes me pego olhando para as coisas, para os detalhes da casa e cada vez mais percebo o quanto sou feliz e afortunado por tudo que tive a oportunidade de viver e das pessoas que convivi por aqui ou em outras casas que tive. Antes ou depois da Ju e do Sammy.
Agora mesmo, estou vendo pela janela a Juliana e o Samuel regando as plantas ao cair do Sol e o dourado entrando pela janela. A Ju cantando, o Sammy pulando e a Snow tentando morder o calcanhar dele. Acho que dá para dizer que isso é felicidade! Na nossa casa, do nosso jeito, com as nossas coisas. Isso é vida!
E você? Deixou a sua casa com o seu jeito ? Tem a sua digital em cada canto ?
Grande beijo,
Zé Mangini
Criador e fundador do 5511SP. Em breve do 5521RJ também.
Zé isso sim é felicidade…
visitei a casa de uma amiga e tive a impressão que estava em um “casa cor”, tudo bonito arrumado mas sem alma!
A casa tem que ter a alma do donos!
Minha casa tem vida… minha casa alma!
bj
Marcos
Isso aí, meu querido amigo Marcos ! Nossa casa deve ser como a gente, feita de Histórias. Na semana que vem você estará por aqui e verá com seus próprios olhos. Oba ! Abraços.