“Eu sempre fui apaixonada por tatuagem. Mas não das enormes. Sou filha de árabe, onde “filha minha não faz tatuagem”. Três meses após o falecimento do meu pai, eu estava em um bar, batendo papo com uma amiga e perguntei aonde ela havia feito a tatuagem dela.
Ela disse: “Aqui na frente”.
Então falei: “Vou fazer uma agora”.
Minha amiga: “Mas não é assim! Precisa marcar, saber o que você vai fazer, em qual lugar do corpo você vai querer a tatuagem”.
E eu só respondi: “Não sei”.
Eu só sabia que eu queria fazer uma tatuagem.
Atravessamos a rua, batemos na porta do estúdio e apareceu um moço tatuado da cabeça aos pés. Já eram umas 7 da noite e eu já tinha tomado todas. O moço falou para eu esperar 15 minutos que ele faria a tatuagem. Ele perguntou o que eu queria fazer. Disse que não sabia. Me mandou olhar uns álbuns, mas não gostei de nada. Ele perguntou: “Posso sugerir?” Eu disse que sim e ele me mandou subir em uma mesa e andar de um lado para o outro. Quando parei, ele esboçou um desenho e disse que combinava comigo. E eu disse para ele fazer. Não me arrependi.
A minha segunda tatuagem, foi com a minha mãe. Ela sempre gostou de tatuagens. Um dia eu estava trabalhando e minha mãe ligou dizendo que queria fazer uma tatuagem. Ela tinha 65 anos. Falei a ela que saindo da loja, iríamos juntas. Fomos ao mesmo estúdio, com o mesmo tatuador. Ela sabia o que queria, mas ficou com medo da dor. Para mostrar que a dor era suportável, o João sugeriu que eu fizesse a minha antes. Disse para ele fazer alguma coisa que tivesse a ver comigo. Doeu pra cacete. Depois minha mãe sentou e fez a dela.”
Artista da Tattoo: João