O significado da tatuagem é sempre muito pessoal. Os lugares que eu comecei a tatuar, acompanharam um pouco a minha aceitação. A primeira foi uma estrela nas costas. Estrelas, segundo os tatuadores, são o maior fruto de arrependimento de quem tatua. Eu tinha 17 anos, e fiz com o meu primeiro salário. Era uma época que eu era muito magro, não gostava do meu corpo, e ela caiu meio como um acessório. As minhas tatuagens ilustram bem a minha postura de vida e vieram sempre em momentos de início ou fim de ciclos. A última tatuagem que fiz é um SELF LOVE, que é uma conversa de mim para comigo mesmo. Foi feita no dia do meu aniversário, quando eu gosto de me recolher, quase como uma meditação. Todas as tatuagens que fiz, procurei uma dualidade com um lado meio sensível e feminino e um outro agressivo e freak. Eu gosto disso. Eu preciso tatuar de novo. Gosto da dor, do cuidado e da novidade. Quando eu vejo uma foto em que estou sem uma das tatuagens eu percebo que não sou mais aquela pessoa. A tatuagem tem o poder de me transformar e me colocar em novos níveis.
Esta tatuagem das costas comecei aos 17 anos. Foram 15 seções. Parei e voltei aos 25, em outras 15 seções. Na época foi meio loucura. Imagina decidir aos 17 anos fazer uma tatuagem que pega quase 1/3 do corpo. Eu ainda morava na casa dos meus pais, paguei a tatuagem com o dinheiro deles. Foi quando acabei o colégio e fui morar nos Estados Unidos. O mesmo tatuador, me tatua até hoje, fez 99% das minhas tatuagens. Eu não sei dizer como veio a idéia da carpa. Ela representa um pouco da loucura da idade, das mudanças daquela época, de ir embora do Brasil terminando o colegial, mas não tem nada específico. Eu não a faria hoje, mas também não me arrependo de ter feito. Jamais a apagaria da minha história.
Artista da Tattoo do Dieter: Vários
Artista da Tattoo do Ramon: Pedro Lucente do Estúdio Four Elements