Gabriella Dorazio – RENASCIMENTO.

 

 

Quando eu tinha uns 14, 15 anos, naquela fase rebelde, meu mundo acabou. Namoradinho de escola, tudo uma desgraça. Eu estava em uma depressão ferrada, fazendo tratamento psicológico. Tomava tarja preta. Um dia, acordei de manhã e tomei um monte daqueles comprimidos. Meu pai me levou para a escola, e apaguei. Quando acordei já estava no hospital. Foi por muito pouco que eu não morri. No quarto tinha uma luz muito clara eu via meus pais e minha amiga. Horrível, nunca mais. Hoje pensando, eu me pergunto como que eu fiz isso? Não sei. Acho que é um clique que dá na cabeça, não tem explicação. Mas hoje eu sou uma pessoa totalmente diferente, jamais faria isso com a minha vida por ninguém. Por isso que eu fiz a Fênix que ressurge das cinzas. Eu realmente renasci. Eu comecei a Fênix quando tinha 19 anos. Busquei um desenho que tivesse significado. No início era a Fênix sozinha, sem fundo, mas começam as seções, aí você coloca uma florzinha, tem um significado aqui, outro ali, coloca um fundo… E lacrei as costas inteiras. Quando minha mãe viu, quase enfartou. Ficou uns dias sem falar comigo mas depois passou. Fiquei quase dois anos fazendo essa tatuagem. Nas primeiras seções ainda mexia muito comigo porque eu lembrava da história toda. Quando ficou pronta, eu senti orgulho. É meio ridículo para quem está de fora mas é uma superação.

Chachá

 

Nesta seção do 5511SP, convidamos o fotógrafo Beto Riginik para contarmos um pouco das Histórias das pessoas através das suas tatuagens. Cada Tattoo pode ou não ter um motivo, mas sempre tem uma História. Esta História é a da Gabi que é maquiadora e produtora de moda. Namorada do Stefano, que saiu aqui também. Publicaremos sempre uma nova História de um novo personagem. Uma maneira de olhar, conhecer e entender o Outro. E fizemos com o auxílio primoroso de vários profissionais. Tatuagem: Chachá. Direção de Elenco: Daniela Spallanzani; Cabelo e maquiagem: Roberto Fernandes; Entrevistas: Ana Barbieri; Edição de Texto: Zé Mangini.