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Instagram did not return a 200.
Depois de vários anos trabalhando em casa recebi um convite irrecusável de um cliente para dar expediente na agência dele. Detalhe: moro nos Jardins e eles ficam no Butantã. Ir de carro não era opção: detesto pegar trânsito, ficar empacada sem ter por onde sair, passar stress. Descobri que podia pegar um ônibus na […]
Sai de casa e vai a vida! Sete da manhã. O despertador toca inútil. Ele já está acordado. A água do café já ferve no fogão e o primeiro cigarro já está apagado no cinzeiro. Mais um dia, mais dúvidas, incertezas, preocupações. Mais de tudo o que ele tem vivido nos últimos anos. […]
No meu caminho diário para o escritório, eu sempre me surpreendia de vê-la ali, parada, vestida para o trabalho. Blazer, saia godê no meio da canela, um guarda-chuva enorme na mão e uma pasta de couro no chão. Dia sim, outro também, ela ficava no canteiro do meio da Avenida Paulista, nas imediações do […]
Era mais uma manhã de sexta-feira, como qualquer outra manhã de sexta-feira. Cheguei cedo ao escritório, subi, li e-mails, respondi alguns, me organizei para o dia e decidi descer para o café no Portuga e para um cigarrinho na calçada. As calçadas são sempre fascinantes. Por elas passam todo tipo de gente, o […]
Eles viviam um amor para fora. Apaixonaram-se publicamente e assim seguiram. A fase de namoro foi marcada por milhares de recadinhos nas redes sociais. O casamento mudou um pouco a dinâmica. Diariamente, embora acordassem juntos na mesma cama, enviavam-se mensagens de bom dia para que todos testemunhassem aquele amor. Durante o dia informavam um […]
Miaaaaauuuu…. miaaauuuuu O som entra como uma broca pelos ouvidos e segue pelos circuitos internos até o cérebro. Aos poucos vou emergindo de um sono profundo, enquanto o chamado fica mais urgente. Miaaaaauuuuuu Abro um olho, o outro. Ainda meio submersa no mundo dos sonhos, levanto a cabeça o mínimo necessário para olhar em volta. […]
O Rio é a cidade do meu coração. Não o Rio de hoje, mas o Rio onde fui criado, onde os morros derramavam sua exuberância no mar, onde o por do sol ganhava aplausos todos os dias, onde o samba fazia fundo musical em todas as esquinas, onde o malandro era apenas malandro, nunca […]
– Ah… o meu é o joelho. O seu o que é? – Lombar… – Deve incomodar muito mesmo. O que você faz, infravermelho? Eu até gosto, principalmente neste frio. É quentinho – O ultrassom é nesta sala? Na do lado? Mas a moça me mandou entrar aqui! – Nossa, hoje está bem vazio, não […]
Voltei hoje às minhas origens. Caminhei por suas estradas de terra e por suas ruínas antigas. Entrei na mesma casa em que nasci, andei pelos eucaliptos onde brinquei , toquei nas árvores abandonadas e sentei-me nas pedras em frente a casa. Ainda com o peito cheio de emoções, desde que voltei da visita, não conseguia […]
UNSPLASH | CC | Tiko Giorgadze Sentada numa soleira de porta, alheia do que acontecia à sua volta, a moradora de rua equilibrava um pequeno espelho nos joelhos e calmamente tirava a sobrancelha. Suja, roupas em farrapos, ela se embelezava num canto da rua cheia de lojas, butiques e restaurantes. As pessoas passavam sem […]
Seu Álvaro era um senhor aposentado que ficava sentado no final da rua, pegando Sol por toda manhã. Sempre com suas calças cáqui, suspensórios e chapéu. Tinha olhos grandes, claros e esbugalhados e com olhar atento atrás dos óculos “fundo de garrafa”, com armação igualmente grossa. Estava sempre sorrindo, empunhando sua bengala, ora observando […]
Os anos foram principalmente 1968, 1969. Anos de segundo grau ou melhor, Ensino Clássico. Lá na rua Colônia da Glória, V. Mariana. Eu, com minha vidinha centrada no Ipiranga, daquela vez não tendo conseguido vaga em escola estadual no bairro, fui estudar no Roldão Lopes de Barros. Vale lembrar que fazia-se prova de capacitação […]
Os joelhos ficavam ralados e a dor era imensa. Mas o prazer de descer o morro escorregando, este não tinha preço! Passava-se o tempo, aqueles ralados iam criando uma crosta e a gente ficava pelos cantos “cultivando” aquelas cicatrizes, rindo intimamente daquelas travessuras, saboreando, porque meninos, já viram não é? Ah, quanta dor dos tombos, […]
A garotinha era franzina, conversadeira, olhos muito grandes e curiosos. Tinha doze anos, muitos amigos e vivia em extrema pobreza numa espécie de edícula construída e alugada nos fundos da casa grande. Eram dois cômodos que abrigavam a ela, os pais, o irmão mais velho. A rua de muitas residências e que tinha seu […]
CASA 17, por Berenice Arjona Diniz. Honorato Tenório era dessas pessoas incomuns . De temperamento sociável e agregador era, além de tudo, absolutamente criativo e um exímio contador de “causos”. Tinha em si o extraordinário dom de transmutar o sombrio e misterioso em fatos quase palpáveis dando um colorido extra ao que em […]
O armário agora é recém-pintado na cor gelo. Os seus puxadores foram restaurados e mantêm o mesmo modelo antigo. O quarto também foi restaurado, as camas velhas desmontadas, as roupas doadas, e os objetos pessoais guardados no baú velho do quarto dos fundos. Agora tudo renovou, o cheiro antigo se esvaiu e o quarto […]
No final da Augusta. Uma pequena rua em direção ao centro. Na placa, o nome do meu poeta preferido: Martins Fontes. A memória me traz de volta aos meus 15 anos. Uma noite, pedi a meu pai que me indicasse um livro. Ele me disse para procurar, folhear, buscar na biblioteca algum livro […]
Começou quase sem querer. Sentia uma saudade antiga, um “déjà vu” repentino. Isto era toda a manhã. Deitada na cama ficava tentando entender o que seria e não conseguia atinar. Um dia, 06h30min, eu descobri! Era o galo da vizinha que se punha a cantar agora todas as manhãs. Acordei e fiquei sentada na […]
Morávamos no Rio, mas nada era tão bom quanto chegar na casa de meus avós em São Paulo. Mal o táxi parava, eu descia correndo e apertava a campainha como se não houvesse mais nada a fazer no mundo. Logo apareceria a linda figura da Lazinha, a cozinheira de toda uma vida, vinha no seu […]
Ainda me lembro do meu primeiro relógio digital, um Casio que meu pai trouxe de uma de suas viagens! Como era bacana! Como era simples para ver as horas, como era moderno aquele relógio! Vestia no pulso orgulhoso e contente da minha vida. Adorava quando me perguntavam as horas. Para responder, um lento movimento […]
Todos os dias! Determinadas horas! Ali na esquina. Apenas ela, senhora e seu aceno. Sem parar. Sorrindo e distribuindo acenos. A vida para ela é assim. Passo e noto que é estranha. Fora deste mundo. Todos os dias! Daí, sem mais, paro o carro a seu lado. O farol me obriga. E penso: […]